quarta-feira, 30 de maio de 2012

O corvo branco

Nem era amarelo

o corvo que surgiu

o corvo que sonhei

era branco.



Fiz que não o via

fiz que não sabia

do corvo branco

de olhos fundos

profundo era o mar

que nos separava

o corvo que não se ia

e lá ficou

em minha morada

como fosse sua

sempre tivesse nela

vivido.



Um corvo que disse seu nome

Sempre estarei

Ainda que queira me livrar

dele

serei sincero nisso?



Estarei mentindo

mais uma vez

e toda vez que negá-lo

surgirá de novo

o mesmo corvo

a dizer seu nome

Sempre estarei

Não passarei mais frio

medo tampouco

não estarei sozinho

pois

Sempre estarei

estará do meu lado

com penugens brancas

não as de um pombo

que traz a paz

no coração dos homens

mas as brancas de um corvo

que traz a dúvida

que incomoda

que acalenta

a intranqüilidade

do homem que quer

a noite

que o dia cega-lhe os olhos

mas o sereno da madrugada

refresca as artérias

cheias de uma água rala

de beterraba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário