Naquela praça em que passava
Uma mulher nua de pedra
Sorria pela eternidade
Sem nunca mudar sua expressão
Lá estava
Ela
Nunca falava
Nunca reclamava
Mas continuava a sorrir
Um sorriso de pedra negra
Podia ser amada
Podia ser desprezada
Não mudava o sorriso lindo
No canto da boca
E assim permaneceu por anos
Do mesmo jeito
Enquanto a praça envelhecia
Veio um trator e tudo derrubou
Carregaram a mulher de pedra
Quebrou-se um dos braços
Esfolou uma perna
Enquanto sorria
Como nada tivesse acontecido
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