domingo, 13 de novembro de 2011

Uma estátua de pedra

Naquela praça em que passava
Uma mulher nua de pedra
Sorria pela eternidade
Sem nunca mudar sua expressão
Lá estava
Ela
Nunca falava
Nunca reclamava
Mas continuava a sorrir
Um sorriso de pedra negra
Podia ser amada
Podia ser desprezada
Não mudava o sorriso lindo
No canto da boca
E assim permaneceu por anos
Do mesmo jeito
Enquanto a praça envelhecia
Veio um trator e tudo derrubou
Carregaram a mulher de pedra
Quebrou-se um dos braços
Esfolou uma perna
Enquanto sorria
Como nada tivesse acontecido

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