quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Assim Cláudia caminhava

Cláudia claudicante
claudicava constantemente
e perdia a postura
toda a descompostura
até se levantar novamente
e novamente
continuar em frente
indiferente a tudo
que pudesse
por uma pedra
em sua andadura.

Por onde andava
deixava atrás de si
os homens enlouquecidos
de amor
que enlouquecidos
ficaram por ali
errando na vida
vivendo a vida
de todos os devaneios.

Com Cláudia aprendi
que claudicar
também é viver
sem padecer
um instante sequer
e rir
e chorar
e morrer a cada momento.

Se procurarem por ela
não acharão
em nenhuma estrada
perdida neste mundo
afinal ela sempre anda
na contramão.

Solitária em suas andanças
nenhuma companhia é melhor
do que a sombra companheira
que aprecia poesia
uma dose de cachaça fria
para espantar o tédio.
Claudicante caminha
sem retroceder
caminha
sem direção
caminha
onde o caminho leva.

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