sexta-feira, 20 de março de 2015

A eternidade

O que pode ser a morte
Senão uma esperança
De que o dia torne-se
Noite.

À noite repousamos
O corpo dilacerado
De uma batalha
Que há vencedores
Tão arrogantes
De uma certeza.

Os perdedores tão raivosos
De terem perdido.

A noite fechamos os olhos
Machucados de tanta luz
E no total silêncio
Ouvimos
O som do universo
Pulsando.

A morte é metáfora
Diante da eternidade
Tão distante da finitude
Humana
Uma bolha de vapor
A se espalhar

Na poeira cósmica.

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