Para quê limpar
a mesa
se a poeira assentada
parece ter achado
longa morada.
Restos de cinzas
do incensário
que limpei.
Poeira cósmica
que sempre existiu
no mesmo lugar
sem se incomodar
com o canto do sabiá
com a voz das mulheres
do andar de baixo
jogando conversa fora.
Poucos são os autos
cujos motores ligados
avançam para qualquer lugar.
Se penetram em meus ouvidos
deixo entrar
e sair por outro lado.
Que me importa se são
vermelhos
se são de lata
matéria plástica.
O mundo acontece
neste instante.
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