mil são os rostos
mil são as bocas
que na multidão confundem-se
num ruído de abelhas
ao repetir gestos
que poucos dizem
senão um lamento
conformado
por falta
de companhia
anônimos somos
mergulhados mais fundo
nas telas de plasmas
fantasmas alimentando-se
dessa apatia transparente
das relações virtuais
sem qualquer envolvimento
orgânico
sentimental
carnal
visceral
cujos instintos de sobrevivência
perderam importância
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