Por quanto tempo silenciaram-se
Os canhões e a tempestade de areia
Nos campos de guerra
Das areias sagradas
Que em tempos passados
Foram pisadas pelas sandálias
De Moisés por quarenta anos?
Ainda não se cansaram
Incendiar a noite metálica
Das flechas flamejantes
Explodindo num espetáculo
Pirotécnico
Sem as bandeirinhas
De São João
Pois hoje não é de festa
E há muito quebrou
O cachimbo de barro
Assim a fumaça que sobe
Não é a da paz
A fumaça é a da fuligem
Dos mísseis caindo
Numa chuva ininterrupta
De intolerância.
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