sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Clarão nas areias

Por quanto tempo silenciaram-se

Os canhões e a tempestade de areia

Nos campos de guerra

Das areias sagradas

Que em tempos passados

Foram pisadas pelas sandálias

De Moisés por quarenta anos?



Ainda não se cansaram

Incendiar a noite metálica

Das flechas flamejantes

Explodindo num espetáculo

Pirotécnico

Sem as bandeirinhas

De São João

Pois hoje não é de festa

E há muito quebrou

O cachimbo de barro

Assim a fumaça que sobe

Não é a da paz

A fumaça é a da fuligem

Dos mísseis caindo

Numa chuva ininterrupta

De intolerância.



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