domingo, 14 de novembro de 2010

Um poema irônico

Nada mais pode ser resgatado
De um tempo que ficou atrasado
Senão a imagem desfocada
De uma miopia sentimental
Que carece de óculos de grau.

Quando menos se espera
A poeira de uma saudade imensa
Chega de mansinho
Bem devagarzinho
E se instala em feridas ainda
Mal fechadas
Nunca resolvidas.

Nada mais resta do que sentir a dor
E perder-se em cada gemido
Silenciosamente sentido
Mas mostrando na cara
Um sorriso irônico de si mesmo.

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