sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Salve São Paulo

Pelas ruas sujas do centro
Ainda uma nostálgica visão
Toca incessante
Os olhos acostumados
Ao cimento armado
Dos edifícios que desmaiam
Sobre os viadutos serpenteando
Os sentimentos dos usuários
De ônibus que atrasam
Em tempos de chuva.

Maldita cidade
Que vai minando os poros
De um suor infestado
De gases carbônicos
De ácidos exalados
Dos canos desses motores
Que levam e trazem
Diariamente.

Bendita cidade
Que transforma o sofrimento
Em combustível
Que queima nos corações
Carburadores
Que criam energia
Elétrica
Atômica
Numa luta apaixonada
Em realizar a vida
Conquistada a duras penas.

Amada sobretudo
Pois odiada seria
Destruída por ela.
Amada simplesmente
Pois viver é necessário
Amada para ser amada
Também por ela.
Cidade madrasta
Cidade da mulher do lado
Em que os santos dormem
Ao lado das libertinas.
Benditas sejam
As pecadoras
De almas puras
Que nunca pensaram
Em ir para o céu.



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