sexta-feira, 6 de abril de 2012

A moça passava

Passava todos os dias
Na rua em que morava
Passava com seus passos
Em movimentos suaves
Passava despertando
Minha atenção
Tinha mais idade do que eu
Mas nada disso importava
Nem quis falar com ela
Apenas fingia
Que não a notava
Um dia descobri o seu nome
Era Terezinha
Era Terezinha que passava
Na passagem de minha infância
Que ficava cada vez mais
Para trás

E agora
Passados tantos anos
Às vezes sinto ainda
Terezinha passando
Em minha memória
Naquela mesma rua
Em que morava
E ela também
Fingindo que não me via
E eu também
Fingindo que não a via.

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